Wianey Carlet

Ser goleado pelo Náutico foi humilhante para a torcida colorada. Agora, não cabe mais a conversa de esperança. O campeonato terminou, o ano acabou, a festa findou. É de se penalizar da direção que assumir, em janeiro. Terá que reconstruir mais de meio time. São muitos jogadores limitados reunidos em uma só equipe. Além das precariedades físicas e técnicas do time, um treinador medroso, sem um mínimo de atrevimento. Fernandão escalou o Inter para não perder, com três volantes, e saiu de campo goleado. Quando foi que o trio de volantes funcionou no Inter? Nunca, é a resposta.

O que Kleber e Nei planejam fazer quando são escalados, isto é, sempre? O Lateral-direito está pior a cada jogo que passa e o esquerdo, nem querendo renovar o seu contrato, se esforça. Incompreensível que Fabrício não seja titular e que Fernandão não improvise algum volante ou meia, na lateral-direita.

O Inter se despediu melancolicamente do campeonato.

A vitória e o desempenho do Grêmio contra a Ponte Preta colocaram em evidência os efeitos do cansaço e dos desfalques da equipe. Mais uma vez o Grêmio construiu o resultado que buscava do jeito que deu. Foi obra do esforço, persistência e, por que não, de alguma dose de sorte. A Ponte jogou melhor durante a maior parte do jogo. Dominou, criou situações e se comportou como se estivesse no gramado do Moises Lucarelli. Só não soube aproveitar a vantagem que lhe foi dada com a expulsão de Julio César, aos 25 minutos da etapa final.

Um treinador, além de competente, também precisa ter estrela. Foi o caso de Vanderlei Luxemburgo. Ele mandou André Lima para o jogo e, aos 45 minutos do segundo tempo, aparando de cabeça um bem cobrado escanteio, mandou a bola para as redes da “macaca”. A performance gremista não foi boa, mas o resultado foi excelente.

Não existe um único craque na equipe do Grêmio. A ótima campanha do clube se deve a três justificativas: conhecimentos e liderança de Vanderlei Luxemburgo, sólida defesa (segunda melhor do campeonato) e a gigantesca força moral média do time. A exemplo do que acontecia nos anos de 1980, quando o Grêmio se negava a perder, a atual equipe não desiste nunca. Às vezes não consegue vencer, mas cobra alto preço pela derrota. A verdade é que mesmo sem craques, o Grêmio faz bonito no campeonato.