
Confira a entrevista do ZH Zona Sul com o comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Antero Batista de Campos Homem, sobre os problemas que moradores do bairro Ipanema têm enfrentado, principalmente aos domingos, com carros com som alto, consumo de drogas e prostituição – tema de reportagem na edição de hoje:
ZH Zona Sul – Normalmente, vocês conseguem fazer algo no domingo em Ipanema, com efetivo menor em função de outros eventos, como jogos no Beira-Rio ou Olímpico?
Batista – Sim, mas a demanda é tão grande, que não se dá conta de tudo. É muita moto, carro, som, bebida, droga. Então, é complicado.
ZH Zona Sul - E tem prostituição também, não? É mais concentrado no domingo ou também há durante a semana?
Batista - Tem também durante a semana. Para a polícia, não há muito o que fazer. O máximo que podemos fazer é quando o cliente chega, abordá-lo, com a intenção de inibi-lo, para não voltar mais. É um comércio. Se tiramos o cliente, que é uma ponta desse comércio, a prostituta vai para outro lugar. Mas é só uma mudança de lugar. A solução não é por aí.
ZH Zona Sul – E nos casos de som alto? O que a Brigada Militar pode fazer? Dá para autuar pelo barulho?
Batista – Isso aí dá. Quanto mais registros houver no papel de pessoas a incomodarem com som alto, mais chances a gente tem de fazer alguma coisa. Se a gente chegar e pedir para baixar o som, eles até baixam, mas quando se vira as costas, eles aumentam de novo. Então, com o registro, a gente pode fazer uma interferência mais forte. Até de recolher o carro com som, com tudo. Mas precisa ter os antecedentes, a coisa firmada, escrita.
ZH Zona Sul – A Associação dos Moradores do Bairro Ipanema (Ambi) reclama da falta policiamento ostensivo na região.
Batista - De equipamentos, estamos bem, principalmente viaturas. O que a gente percebe? Que as viaturas só transitam. Passam pela Avenida Guaíba, daqui a pouco passam de volta, mas sempre em atendimento de alguma ocorrência. Quase não conseguem parar e fazer o contato com o comerciante, com o padre, com a dona de casa, com a escola. Mas em abril, quando se formar a turma do novo efetivo, está nos nossos planos colocar o pessoal também a pé. A orla do Guaíba é bem propícia ao policial a pé. A Ambi sugeriu esse policiamento. A gente sabe que tem de ter, mas, no momento em que estamos passando, quase não há condições para isso.
Postado por Maria Rita Horn, Redação ZH