Franz Ferdinand na Capital: Are you ready to jump?
Um show de rock, antes de qualquer coisa, é reunião de gente bonita e bem vestida na certa. Ok, vale desconsiderar aquela máxima de que “a beleza está nos olhos de quem vê”, pois parte-se da premissa de que, se você está lá, num show de rock, é porque se interessa pelo estilo daquelas pessoas.
All stars sujos, camisas xadrezes mil, calças jeans bem justas e cabelos milimetricamente bagunçados. Não adianta, muito mais que um gênero musical, o rock é um estilo de vida. E quem ouve veste também.
Mas eu estava lá pra ouvir, não é mesmo? E como ouvi!
Porto Alegre: Pepsi On Stage lotado, quinta-feira dia 18, quente e alguns amigos pra gritar junto, parte ruim: cerveja cara! Mas quem liga quando se tem uma das bandas mais criativas dos últimos anos no palco?!
Uma coisa é certa, se eu tive dúvidas (e eu tive, confesso) de que Franz Ferdinand veio pra ficar, desde Bite Hard, primeira música do show, eu já não tinha mais.
O quarteto escocês me embebedou numa empolgação constante. Apresentando um repertório que versava entre músicas dos três álbuns, em especial do primeiro, que leva o nome da banda, e o mais recente, Tonight, responsável pela turnê.
O show que começou às 22h20 (detalhe para o atraso de apenas 20min), durou aproximadamente 1h40min e contou com 21 músicas impecáveis. Com certeza foram os cem minutos mais dançados e pulados da minha vida. Isso porque eu abri mão de ficar na grade, como alguns amigos fizeram. Preferi o fundão mais ventilado e espaçoso, e com a mesma qualidade de som.
Ok! Posso ter perdido Alex Kapranos arrasando no português, pois não se entendia tudo que ele falava de onde eu estava, mas o “Are you ready to jump?” (Vocês estão prontos para pular?), eu ouvi muito bem. Era a vez do maior hit do Franz, Take Me Out… Não preciso falar o resto!
Can`t Stop Felling, No You Girls, Walk Away, Do You Want To, só para falar das minhas favoritas. Nenhuma ficou de fora.
Para o bis a banda guardou This Fire que, com perdão do trocadilho, incendiou os fãs que não se davam por cansados. Jamais! Foram mais de 10min de música, e nem nós nem o Franz deixavam de pular.
A performance ao vivo dos caras é realmente fora de série. Em meio a um jogo de luzes fortes, eles não pararam um segundo, trocaram de instrumento entre si, até tocaram bateria juntos em uma música, um em cada tambor. Demais!
Dava pra ver mesmo de longe a vontade com que tocavam cada canção. Claro que isso tudo refletia na platéia, afinal esse rock com uma pegada pop dos teclados, empolga até mesmo o punk mais conservador.
Então, como tudo que é bom acaba um dia, depois de longos aplausos e gritos já de saudade, juntamos nossos All stars, agora mais sujos, e deixamos o Pepsi. Naquela fila de camisas xadrezes e cabelos beeem bagunçados… Alguns andavam em silêncio, processando aquilo que foi um grande show de rock, outros, igual a nós, cantavam como se ainda não tivesse chegado ao fim.
De fato era o final do show, mas não da noite, certo? Fazer o que? Ouvir mais rock é claro! E por favor, uma cerveja barata!