Para a comemoração dos 33 anos da Rádio Atlântida Santa Maria, todo mundo já está sabendo do show da Pouca Vogal amanhã, quinta-feira, certo?
O bacana é que um dos membro do duo, Humberto Gessinger, fará uma sessão de autógrafos de seus livros, Pra Ser Sincero, Mapas do Acaso, Meu Pequeno Gremista e o lançado neste ano, Nas Entrelinhas do Horizonte. A função rola a partir das 18h30min, na Athena Livraria (Rua Dr. Alberto Pasqualine, 34, Centro).
Que o Pouca Vogal vem aí você já sabe! Agora, fique ligado que os ingressos já estão saindo e já acabou o 2º lote!
As entradas saem por R$ 35 (2º lote), R$ 40 (3º lote), R$ 50 (4º lote) e R$ 60 (5º lote), à venda nas Lojas Tevah (Dr. Bozano, 1.167, e no Royal Plaza Shopping) e no www.bluticket.com.br. O primeiro lote já se esgotou. Para melhor curtir o show, o público não ficará em pé, mas em cadeiras. Melhor, não é?!
O Pouca Vogal, que é formado por Duca Leindecker e Humberto Gessinger, apresenta-se no dia 22 de novembro, no Park Hotel Morotin, às 21h30min. O evento também comemora os 33 anos da Rádio Atlântida de Santa Maria.
– Dois ingressos para o show
– Exemplares dos livros A Favor do Vento e A Casa da Esquina, de Duca Leindecker
– Exemplares dos livros Pra Ser Sincero e Mapas do Acaso _ 45 Variações sobre um Mesmo Tema, de Humberto Gessinger
– CD e DVD do Pouca Vogal
A promo vai até o dia 6. A função é de comemoração dos quatro anos do programa Ctrl+A, da Rádio Atlântida Santa Maria.
Ingressos
O 1º lote da pista premium sai por R$ 20 Eny Boutique (Calçadão), Eny Pro (Shopping Monet) e Eny Stadium (Royal Plaza Shopping)
A novidade é o espaço VIP. Atendimento personalisado, garçons e conforto. Você e seus amigos podem curtir o show em uma mesa com quatro cadeiras a poquíssimos metros do palco, por R$ 300. Os ingressos para o espaço especial são encontrados na Eny Stadium (Royal Plaza Shopping.
Os caras
Os vogais Duca Leindecker, vocalista da banda Cidadão Quem e Humberto Gessinger, líder do Engenheiros do Hawaii, tocam no Park Hotel Morotin.
O show do Pouca Vogal dia 7, em Santa Maria, não é mais novidade para você.
A surpresa é uma promoção da Atlântida em parceria com a coluna. Cinco vencedores levarão um kit recheado da dupla.
Para concorrer, a gente escolheu uma pergunta bem simplória que exigirá respostas criativas: “Por que você merece um kit literário e musical do Pouca Vogal?”. No clima do Twitter, a gente quer respostas de até 140 caracteres. Mande para santamaria@atlantida.com.br.
A promoção rola até o dia 6. No dia 7, os vencedores serão conhecidos durante o programa CTRL+a. No mesmo dia, será realizada sessão de autógrafos com presença da dupla.
Confira o kit:
– Dois ingressos para o show
– Exemplares dos livros A Favor do Vento e A Casa da Esquina, de Duca Leindecker
– Exemplares dos livros Pra Ser Sincero e Mapas do Acaso _ 45 Variações sobre um Mesmo Tema, de Humberto Gessinger
– CD e DVD do Pouca Vogal
Mais abaixo, você confere o regulamento
REGULAMENTO DO CONCURSO CULTURAL “POR QUE VOCÊ MERECE UM KIT MUSICAL E LITERÁRIO DO POUCA VOGAL?”
1. Objeto e Prazo
1.1. O Concurso Cultural “POR QUE VOCÊ MERECE UM KIT MUSICAL E LITERÁRIO DO POUCA VOGAL?” será promovido, pela ZERO HORA EDITORA JORNALÍSTICA S/A (DIÁRIO DE SANTA MARIA), inscrita no CNPJ sob o nº 92.821.701/0026-68 (Realizadora) e RÁDIO ATLÂNTIDA SANTA MARIA inscrito no CNPJ sob o nº 905224910001-23 (Realizadora)
1.2. O Concurso será realizado em toda a região de cobertura da rádio Atlântida e do Diário de Santa Maria, compreendendo as 36 (trinta e seis) cidades do centro do estado do Rio Grande do Sul (Agudo, Caçapava do Sul, Dilermando do Aguiar, Dona Francisca, Faxinal de Soturno, Formigueiro, Itaara, Itacurubi, Ivorá, Jaguari, Jari, Júlio de Castilhos, Lavras do Sul, Mata, Nova Esperança do Sul, Nova Palma, Paraíso do Sul, Pinhal Grande, Quevedos, Restinga Seca, Rosário do Sul, Santa Margarida do Sul, Santa Maria, Santana da Boa Vista, Santiago, São Gabriel, São João do Polêsine, São Martinho da Serra, São Pedro do Sul, São Sepé, São Vicente do Sul, Silveira Martins, Toropi, Tupanciretã, Unistalda e Vila Nova do Sul) , no período compreendido entre às 00:00 do dia 15 de abril de 2011 e às 23:59 do dia 06 de maio de 2011 e consistirá na premiação dos 5 (cinco) participantes que enviarem as melhores respostas para a pergunta: “Por que você merece ganhar um kit musical e literário do Pouca Vogal?”
2. Das Condições de Participação
2.1. Para participar, todos os interessados, devem enviar a resposta para a pergunta citada no item 1.1., no período compreendido entre 00h do dia 15 de abril de 2011 às 23:59h do dia 06 de maio de 2011.
2.1.1. As respostas deverão sem envidas para o e-mail santamaria@atlantida.com.br , com até 140 (cento e quarenta) caracteres, com os seguintes dados pessoais: nome completo, telefone e RG;
2.2. Será aceita apenas uma resposta por e-mail, sendo esta a primeira enviada.
2.3. Em momento algum poderá a Realizadora ser responsabilizada por respostas perdidas, atrasadas, enviadas erroneamente, incompletas, incorretas, inválidas ou imprecisas.
2.4. Os vencedores deste concurso autorizam que suas respostas sejam exibidas em Internet, mídia eletrônica e mídia impressa.
3. Do Julgamento Pela Comissão Julgadora
3.1 O julgamento dos 5 (cinco) e-mails mais criativos será feito dia 7 de maio entre as 8h e às 13h do dia 7 de maio 2011, na Avenida Maurício Sirotsky Sobrinho, nº 25, bairro Patronato, Santa Maria-RS.
3.1.1 A Comissão será composta por 04 (quatro) membros da Realizadora.
3.2 Os parâmetros que serão utilizados pela Comissão Julgadora na escolha dos e-mails mais criativos são: criatividade, originalidade e adequação ao tema proposto.
3.3 A verificação do resultado do presente Concurso é de inteira responsabilidade dos participantes.
4. Do Prêmio
4.1 As 5 (cinco) frases vencedoras levam como prêmio um kit contendo 2 livros de Humberto Gessinger: Pra Ser Sincero e Mapas do Acaso – 45 Variações sobre um Mesmo Tema, 2 (dois) livros de Duca Leindecker: A Casa da Esquina e A Favor do Vento, CD Pouca Vogal, DVD Pouca Vogal e dois ingressos para o show da dupla em Santa Maria, dia 7 de maio de 2011.
4.2 Os ingressos do kit ofertado aos vencedores, são para a pista premium.
5. Da Entrega Do Prêmio
5.1. A entrega do Prêmio acontecerá na tarde do dia 7 de maio, entre às 14h e às 18h, na loja Eny Stadium, no Royal Plaza shopping. Situada na avenida nossa Senhora das Dores, 305, lojas 151, 152, 153, mediante apresentação de documento oficial de identificação (RG ou CNH), por parte dos vencedores.
5.2. O custo com deslocamento será arcado exclusivamente pelos vencedores.
5.3. Na hipótese de algum dos vencedores não residir em Santa Maria, o prêmio ficará disponível na RÁDIO ATLÂNTIDA SANTA MARIA, num prazo de 30 (trinta) dias.
6. Das Considerações Gerais
6.1. Este Concurso tem cunho exclusivamente cultural e a participação nele não está subordinada a qualquer modalidade de álea ou pagamento pelos concorrentes, nem vinculada à aquisição ou uso de qualquer bem, direito ou serviço, de acordo com o disposto no art. 3º, II, da Lei nº 5.768/71 e art. 30, do Decreto nº 70.951/72.
6.2. Ao inscrever-se para participar do Concurso, nos termos deste Regulamento, o participante estará automaticamente autorizando a Realizadora a utilizar, de modo gratuito, definitivo e irrevogável, de seu nome, imagem e som de voz em qualquer veículo de imprensa, mídia ou Internet, para divulgação do Concurso, cedendo também à Realizadora todos os direitos autorais por tempo indeterminando relativos ao desenho criado, que passará a ser de sua propriedade.
6.2.1. As autorizações descritas acima não implicam em qualquer obrigação de divulgação ou de pagamento de qualquer quantia por parte da Realizadora.
6.3. Pelo simples ato de inscrição neste Concurso, o participante, ainda autoriza, reconhece e aceita que os dados pessoais e demais informações, inclusive os submetidos por meio do formulário de participação, passam a ser de propriedade da Realizadora, que poderá utilizá-los para os fins necessários à adequada realização deste Concurso, sem que qualquer valor seja devido ao participante.
6.4. O participante, neste ato, assume plena e exclusiva responsabilidade pelo e-mail que produzir, por sua titularidade, originalidade das imagens, incluindo, sem limitação, responsabilidade por eventuais violações à intimidade, privacidade, honra e imagem de qualquer pessoa, a deveres de segredo, à propriedade industrial, direito autoral e/ou a quaisquer outros bens juridicamente protegidos, eximindo a Realizadora de qualquer responsabilidade relativamente a tais fatos, aspectos, direitos e/ou situações.
6.5. O participante, reconhece e aceita expressamente que a Realizadora não poderá ser responsabilizada por qualquer dano ou prejuízo oriundo da participação neste Concurso ou da eventual aceitação do prêmio.
6.6. O presente Regulamento poderá ser alterado e/ou o Concurso suspenso ou cancelado, sem aviso prévio, por motivo de força maior ou por qualquer outro ou motivo que esteja fora do controle da Realizadora e que comprometa a realização do Concurso de forma a impedir ou modificar substancialmente a sua condução como originalmente planejado.
6.7. Para esclarecer eventuais dúvidas sobre o presente Concurso, os participantes poderão entrar em contato com a Realizadora.
6.8. Quaisquer dúvidas, divergências ou situações não previstas neste Regulamento serão julgadas e decididas de forma soberana e irrecorrível pela Comissão Julgadora mencionada no item 3 acima.
6.9. Estão impedidos de participar do Concurso os empregados da Realizadora, seus cônjuges, seus parentes até terceiro grau ou pessoas que de alguma forma participem, direta ou indiretamente, da produção do concurso, bem como parentes até terceiro grau destas pessoas.
6.10. A participação neste Concurso implica a aceitação total e irrestrita de todos os itens deste Regulamento.
6.11. Cópia deste Regulamento poderá ser obtida no site do portal clicRBS www.diariosm.clicrbs.com.br.
Santa Maria, 15 de abril de 2011
Comissão Organizadora
Acabam os ingressos para o show do Pouca Vogal nesta sexta-feira em Santa Maria. No fim da tarde de quinta-feira, havia pouco mais de 100 entradas. Abaixo, você lê entrevista e vê vídeo.
No Diário 2 desta sexta-feira, a gente traz trechos de uma entrevista bem bacana com um dos integrantes da Pouca Vogal, que faz show hoje na cidade, no Centro de Eventos do Parque Hotel Morotin. Quem conversou conosco foi Humberto Gessinger, que fez sucesso com os Engenheiros do Hawaii. Ao lado dele está Duca Leindecker, do Cidadão Quem. Abaixo, você confere o bate-papo na íntegra. No fim da entrevista, tem um videoclipe da banda.
Diário de Santa Maria _ O primeiro show da Vogal fora da Capital foi em Santa Maria. Você tem alguma lembrança dessa apresentação?
Humberto Gessinger _ Esses shows do início sempre ficam na memória. Apesar de ainda não termos o domínio total do show por ser uma coisa iniciante, por outro lado, tem essa energia boa de não saber muito bem para onde a coisa vai andar. Depois, vai passando o tempo, tu vais ganhando mais domínio e perde um pouco dessa sensação gostosa de estar começando um projeto. Então, lembro de ter tocado aí nesse momento que nós mesmos estávamos conhecendo o projeto e tentando descobrir em que tipo de ambiente poderíamos levá-lo. Depois, começamos a sair, tocar em lugares maiores e passamos a dominar mais a banda. Quando tocamos aí, a gente era como um segundo público, pois também ficávamos meio que assistindo a banda, vendo no que iria dar.
Diário _ Atualmente, o grupo toca com mais frequência, tanto no Rio Grande do Sul como fora. Como está a receptividade fora do Estado? Gessinger _ Temos saído regularmente e é muito legal. Fora do Estado, temos a oportunidade de tocar em lugares maiores. Fomos há pouco para Brasília, em um espaço supre-grande, passamos por Manaus, no sambódromo, em um festival com outras bandas de formato tradicional, como o Nando Reis e o Barão Vermelho, e funcionou bem. Nesses lugares assim até me sinto mais responsável pelo projeto, já que o foi onde o Engenheiros chegou e o Cidadão não. Quando montamos o projeto a ideia era girar o Brasil inteiro.
Diário _ Você percebe muita diferença dos tempos em que excursionava com o Engenheiros para agora? Gessinger _ O que eu vejo, que é incrível, é que tem uma molecada que sente saudades de uma época que não viveu. Eu encontro muito isso. Estou há dois anos quase sem fazer show com o Engenheiros e tem uma galera que não assistiu à banda e sente falta. Isso é estranho porque tu vais ficando em uma categoria diferente, que cria uma responsabilidade que nunca pensei que fosse ter. Mas é bacana também, pois ficamos ouvindo esse lance de que música pop é coisa para 15 minutos e tal, mas tua história acaba desdizendo isso, mostrando que é permanente. Eu já estou há 20 anos na estrada e tem um público fiel. É algo que eu confesso que não tinha me preparado.
Diário _ Mesmo? Por quê? Gessinger _ É coisa meio de veterano. A gente vai vivendo um dia de cada vez, fazendo um disco de cada vez. Quando vê, já se passaram mais de 20 anos, mais de 20 discos e tem uma molecadinha que começou a ouvir há pouco. É uma sensação muito gostosa.
Diário _ Como é encontrar bandas mais jovens, mais atuais? Apesar de o Pouco Vogal ser recente, você e o Duca já têm uma longa trajetória. Gessinger _ O mais forte na Pouca Vogal é o formato, o lance de ser um duo, de cada um estar tocando vários instrumentos simultaneamente com os pés e com as mãos. Essa para mim é uma diferença tão grande que as outras todas meio que passam batidas. O fato de ser de outra geração ou de que tipo de música os caras estão tocando passa batido. Essa é a grande dificuldade do projeto e ao mesmo tempo o grande barato. Mais do que essas questões de estilo e de geração, o fato de sermos um duo é o mais maluco e que dá um p*** orgulho. O legal foi tentar quebrar o formato tradicional. Para mim, é o centro do projeto. Costumo dizer que mais importante que as canções que estamos tocando, é a forma como as estamos executando. Para qualquer artista com tanto tempo de estrada, se oferecem muitas comodidades, mas a gente foi contra isso. Queríamos começar de novo, literalmente.
Diário _ Com o Engenheiros, você teve a chance de levar a música pop feita no Rio Grande de Sul para fora dele. Como é a questão de alcançar sucesso fora do Estado hoje em dia? Gessinger _ Esse lance está mais dentro da gente do que fora. Somos o único estado do Brasil em que se discute tão obsessivamente nossa natureza. Não acho que isso seja um bom sinal. Às vezes, o foco se desvia da questão artístico-musical para o lance de se a banda tem ou não mercado fora daqui. Quem tenta buscar isso muito conscientemente acaba sendo prejudicado. Vejo na história do Engenheiros, que tinha muita coisa que dificultava a gente de cruzar as fronteiras. A gente foi uma banda com um filtro muito gaúcho, com quase todas as referências daqui. Teoricamente, seria a banda menos indicada para fazer isso. No fim, essa coisa de o lugar de onde tu és e o tipo de música que tu tocas, tem de ser secundário. O centro de fazer ou não comunicar teu trabalho é a qualidade e a afinidade que tu tens com tuas ideia dentro de ti. Quanto mais tu viajar para dentro de ti, mais chance tu tens de comunicar fora. Aqui, sinto uma certa ansiedade na qual as bandas querem ser produtores e divulgadores de seu trabalho. Acho que isso não é coisa de artista. O músico deve mergulhar dentro de si, buscar a tensão que tem lá dentro e correr o risco de isso fazer sentido ou não longe daqui. O artista deve se fixar mesmo na sua arte, não na divulgação dela.
Diário _ Com a Pouca Vogal, vocês apresentam canções dos Engenheiros do Hawaii, do Cidadão Quem e composições próprias, certo? Gessinger _ É. Até agora disponibilizamos esses oito sons no site (www.poucavogal.com.br) e no DVD Pouca Vogal – Ao Vivo Em Porto Alegre. Não escrevemos nada novo. Às vezes, buscamos músicas diferentes de nossas outras bandas para variar o show. A gente quer antes que as pessoas conheçam essas músicas. Por isso, não estamos tentando correr demais. As músicas dos Engenheiros e do Cidadão a gente usa como convite para o universo Pouca Vogal. A gente quer dar tempo para o pessoal sacar qual é a onda antes de começar a fazer girar o repertório.
Diário _ Já podemos dizer que a Pouca Vogal deixou de ser um projeto para se transformar na atual banda de vocês? Gessinger _ Sem dúvida. Falamos esse lance de projeto com um pouco de receio de soar pretensioso. Mas, desde o início, eu via um futuro legal. Nunca achei que fosse um projetinho para brincar. Sempre acreditei e mergulhei 100% nisso.
Diário _ Recentemente você lançou um livro, o Pra Ser Sincero, que conta a história do Engenheiros. Como foi transcrever essas lembranças para o papel? Gessinger _ Escrevi tudo de uma vez. Não foi difícil porque eu nunca tive a pretensão de ser um historiador. O que eu conto é algo bem pessoal, do ponto de vista de quem estava no centro do olho do furacão. Costumo brincar que é do ponto de vista do coração, não do cardiologista. Não é uma história analítica e nem acho que quem viveu de perto seja indicado a fazer uma análise fria. Fiz questão de puxar muito mais pela memória do por pesquisas de fato. Acho que, mesmo as coisas que tu esqueces, são interessantes saber porque tu esquecestes, pois a memória tem seu próprio discurso. É uma história bem afetiva.
Diário _ Você costumava registrar, de alguma maneira, situações que rolaram na época dos Enegenheiros? Gessinger _ Tenho anotações sistemáticas de datas e lugares nos quais estive. Mas as sensações eu tenho todas dentro de mim. Tenho só fatos anotados, mas conto com a memória afetiva.
Diário _ Quando O Papa é Pop saiu, em 1990, foi um boom. O disco repercutiu bastante, músicas tocaram em rádios… Você acredita que no contexto atual seria possível causar todo esse alvoroço no pop nacional?
Gessinger _ Acho que ninguém gravaria um disco como O Papa é Pop, com aquele grau de liberdade. Até acho que o tipo de leitura que ele teve empobrece um pouco o disco, pois ele é bem mais rico do que as poucas músicas que tocaram em rádio. Hoje em dia todo mundo é mais específico e não vejo ninguém trabalhando com liberdade. Está todo mundo preocupado em fazer seu trabalho acontecer. Outra questão são os instrumentos disponíveis. Vejo isso com o Pouco Vogal, que talvez fosse um projeto impossível no tempo das gravadoras e hoje em dia dá supercerto sem depender desse tipo de divulgação. Do ponto de vista de feitura não vejo ninguém pensando daquela forma no rock nacional. Vejo a busca por um discurso menos contundente.
Diário _ As bandas atuais teriam menos “atitude”?
Gessinger _ Muito me pergunto se teria diminuído a qualidade das bandas de hoje, mas duvido. Acredito que cada geração tem o mesmo número de caras legais trabalhando. Muda o ambiente. De repente essa molecada está a fim de falar determinadas coisas sem esquentar muito a cabeça. Não gosto muito de divulgar as gerações que vieram depois do Engenheiros. Sei lá que tipo de pressão são submetidas essas pessoas, o grau de formação que eles tem na cabeça e com o qual tem de lidar. Eu venho de uma geração na qual a música era muito importante. Tinha sentido muito maior do que para um jovem que tem uma oferta muito maior de entretenimento, como hoje em dia.
Diário _ E a questão do álbum, tão comum antigamente, mas que hoje em dia está se perdendo?
Gessinger _ Tenho a impressão que é como se tu comprasse alguns capítulos de um livro. É mais uma novela do que um filme. No álbum, além das canções, havia a importância de porquê ter selecionado aquelas canções, qual motivo daquela ordem. Tinha um contexto alinhavando tudo. Sinto que os grupos que estão na batalha agora ouvem música de uma maneira mais conservadora. As pessoas são mais presas a ouvir denovo o que já escutaram e menos generosas com a coisa da música autoral. Por incrível que pareça, por mais liberdade que se tenha hoje, ficou tudo meio empastelado.
Diário _ No show, é apenas você e o Duca tocando todos os instrumentos no show?
Gessinger _ Sim. Esse formato, para mim, é o coração da Pouca Vogal e vai contra a corrente. Não usamos nenhuma trilha pré-gravada. Estamos em busca de reforçar o lado humano e da performance. Com as facilidades tecnológicas, periga se perder um pouco isso, esse lado ofício de tocar mesmo os instrumentos. Não queremos isso. Essa é a experiência central da banda.
A coluna fez o sorteio via Twitter, pelo @FranciscoDalcol (www.twitter.com.br/franciscodalcol)
Os ingressos podem ser retirados na recepção do grupo RBS em Santa Maria (Av. Maurício Sirotsky Sobrinho, 25). Informações via @FranciscoDalcol ou 3220-1872.
Você está se programando para ir ao show do Pouca Vogal em Santa Maria? Então, que tal ganhar dois ingressos na barbada, hein? A coluna está sorteando dois pares de entradas.
Para isso, a gente resolveu usar o Twitter. Para concorrer, é só dar RT (retweet) para o link da promoção no @FranciscoDalcol.
Na terça-feira, às 17h, serão conhecidos os dois grandes vencedores no Twitter @FranciscoDalcol e no Blog do Zoom. E na quarta-feira, na coluna impressa na contracapa do Diário 2.
O Pouca Vogal se apresenta sexta-feira, às 21h, no Centro de Eventos do Park Hotel Morotin. Ingressos antecipados a R$ 20 (primeiro lote), R$ 25 (segundo lote) e R$ 30 (terceiro lote) na loja Tevah (3º andar Royal Plaza Shopping) e Restaurante Beijin (Praça de Alimentação Monet). O show é promoção da Itapema FM e RBS TV.
O Blog do Zoom fala de cultura pop, música, cinema, literatura, teatro, artes, moda, internet, design, gastronomia, história, ideias, vida noturna e tudo mais, apresentando uma extensão da cobertura diária da coluna e da equipe de Variedades do Diário. É um espaço para notícias, curiosidades, opiniões e análises sobre o mundo da cultura local e global.